Para o DIA INTERNACIONAL DA MULHER que, se comemora hoje em todo o Mundo "livre", preparei uma Poesia da Poetisa Portuguesa Florbela Espanca, e com ela quero homenagear "todas as bravas MULHERES" por esse Mundo afora.
EU
Até agora, eu não me conhecia.
Julgava que era Eu e que não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era Eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, o não dissera ...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim ... e não me via !
Andava a procurar-me -pobre louca !-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca !
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma !
Poema extraído do livro SONETOS de Florbela Espanca, editado pela Livraria Tavares Martins no Porto (Portugal) em 1962.
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