Há 37 anos, a grande maioria dos portugueses, sonhou e viveu a esperança de construir um Portugal livre, democrático, humanista e justo.
E conscientes de tornarem real esse sonho, vieram para a rua – que lhes esteve interdito durante 48 anos – para em conjunto alicerçarem as estruturas duma sociedade onde, todos os portugueses pudessem usufruir duma vida digna.
E lutaram por isso. Lutaram e conseguiram concretizar muitos desses sonhos: foi a justeza do direito são trabalho para todos; foi o serviço nacional de saúde; foram os imensos programas habitacionais, que eliminaram milhares de barracas, que se espalhavam pelo país; foram os cuidados com os problemas ambientais que salvaram da destruição importantes áreas e pesaram no ordenamento territorial; foi a acessibilidade generalizada ao ensino e dos cuidados infantis; foi a construção de infra-estruturas que proporcionaram uma melhoria de qualidade de vida a muitos milhares de portugueses; foi a defesa dum melhor aproveitamento dos recursos nacionais como a reforma agrária, as nacionalizações, as políticas pesqueiras…
E, toda a dinâmica criada proporcionou, dois anos depois, a aprovação duma constituição, considerada na altura uma das mais avançadas do mundo, prestigiando Portugal como nunca antes acontecera. Todos os membros da ONU ovacionaram de pé a sua apresentação pelo marechal Costa Gomes, local onde Portugal nunca tinha estado representado.
Não durou muito este maravilhoso período da vida portuguesa. Os que então se sentiram desalojados de poderes, aliados ao reaccionaríssimo e às traições, apoiados pelos grandes poderes económicos e políticos estrangeiros, de imediato exerceram todas as suas influências e meios para alterarem o rumo dessa sociedade.
E que país temos hoje? Um país que está na iminência de o deixar de ser. São os poderes estrangeiros que determinam já, económica e socialmente o que os portugueses têm que fazer, encaminhando a maioria esmagadora para a subserviência, miséria e instabilidade, em prol dum reduzido número de privilegiados de sempre.
Este é inevitável caminho deste modelo de sociedade bem defendido pelo PS, PSD, CDS e outros que tais. Mas há outro caminho: o do socialismo, que o 25 de Abril de 1974 apontou.
Francisco Lobo, ex-presidente da Câmara de Setúbal
Origem: Osetubalense.pt
Nota de 1lindomenino: aproveitei um artigo do meu "velho" amigo, Francisco Lobo, para que entendamos DE VEZ, o que é AGORA o NOSSO PORTUGAL e o que o MFA nos propuha no 25ABR74. Mas, com a REVOLUÇÃO avança, quase sempre, a CONTRA-REVOLUÇÃO. Advinhem QUEM, hoje, continua a "CANTAR DE GALO"?!... Advinharam?!...
Posted by 1lindomenino
Dated20apr2011