Você costuma enviar mensagens de texto, acessar sites de vídeos e redes sociais, possui um Ipod? Não, não, isso é coisa de gente jovem? Pois não desgrude do mouse. Essas novas tecnologias podem prologar a sua vida e fazer você entrar para o rol dos centenários. Os americanos já estão a caminho. Segundo um estudo, 12% de quem tem mais de 100 anos, na Terra do Tio Sam, vivem conectados.
A pesquisa realizada pela empresa GfK Roper, encomendada pela Evercare, empresa americana do ramo de utilidades domésticas, entrevistou 100 centenários americanos a fim de descobrir os segredos da vida longa. De acordo com os resultados, 8% dos entrevistados afirmaram ter feito uso de mensagens de texto ou instantâneas, número 7% maior do que no ano anterior. Além disso, 12% dos centenários americanos afirmaram que estavam usando Ipods, e 11% disseram ter assistido a vídeos no site Youtube.
Nos Estados Unidos, hoje, há quase mil centenários vivos, e essa estimativa deve subir para 601 mil em 2050, de acordo com o Censo Demográfico do país. Aqui no Brasil, de acordo com a geriatra da Universidade Federal Fluminense (UFF) Vilma Câmara, a população brasileira com mais de 100 anos já é equivalente à americana.
“As estatísticas brasileiras ainda não foram concluídas, mas acredito que já temos mil centenários. Apesar disso, diferentemente dos E.U.A., os idosos por aqui, principalmente a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não têm sua qualidade de vida respeitada e preservada. E isso influi diretamente no tempo de vida dos indivíduos”, afirma ela.
Além dos cuidados básicos com a saúde, a inserção dos idosos no mundo virtual, pode sim, ser uma boa garantia de vida longa. Estar conectado e atualizado estimula as funções cerebrais, e garante uma mente mais ativa durante o envelhecimento. “A utilização de tecnologias mais modernas de comunicação permite uma maior desenvoltura intelectual, mais estímulos para a percepção visual e auditiva. Sua inteligência é conservada e a estimulação mantém o estado de alerta. Além disso, permite também que o idoso esteja mais tempo inserido no núcleo familiar e social, condições favoráveis para envelhecer com mais saúde”, explica Câmara.
A pesquisa também revelou que, tão importante como usar os apetrechos da modernidade, velhas atitudes como rir, rezar e estar com familiares ajudam a esticar os anos. Os conselhos de quem entende do assunto são valiosos, e têm total apoio dos especialistas.
“Com certeza, ter bom humor, estar inserido na sociedade e expressar os sentimentos, sejam eles tristes ou alegres, favorecem a longevidade. Estar sempre de bem com vida, sem vergonha de sorrir ou de chorar. As crenças de cada um os mantêm em harmonia interna e em paz. E isso tudo reflete no modo como vamos encarar a vida e passar pelos anos que virão pela frente”, finaliza a geriatra.
Por Maria Fernanda Schardong