No ar na novela das 8, a traição é o tema da vez em todas as rodas
Norminha tanto deu voltas que o Abel desconfiou. O marido traído não pensou duas vezes: foi atrás da moça e deu o flagra. As cenas são da novela das oito, mas bem que podiam estar na casa ao lado. Na vida real. O tema ainda é tabu e causa muitos estragos, garante a antropóloga Mirian Goldenberg. Mesmo em tempos de relações cada vez mais curtas. Uma coisa é certa: os homens são sempre culpados.
O conceito de infidelidade está no livro "Infiel, notas de uma antropóloga", no qual Mirian Goldenberg esmiuça os vários aspectos que envolvem a traição, que ela estuda há mais de duas décadas. "Primeiro, realizei pesquisas qualitativas com amantes de homens casados. Em seguida, entrevistei homens casados que têm amantes. Por fim, fiz um estudo de caso com uma mulher que é a outra, seu amante, e todos os seus familiares. A infidelidade permanece como um problema não resolvido para mim", diz Mirian.
A questão pode estar mal resolvida, mas a razão da discórdia entre os casais está na infidelidade sexual, tratada como a verdadeira infidelidade. "Apesar das inúmeras mudanças dos casamentos, a infidelidade permanece como um valor, até maior em relações mais modernas e igualitárias", analisa Mirian.
Fosse na vida real, a história da Norminha e do Abel poderia estar invertida. Homens e mulheres traem na mesma proporção, segundo Mirian. "Muitos amam e desejam seus parceiros, mas querem experimentar novas emoções e sentimentos. Não querem terminar o casamento, mas ter liberdade para viver novas experiências, em grande parte apenas passageiras", afirma a antropóloga.
Quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência. As desculpas são tão antigas quanto a traição em si. Os homens dizem que traem quando passam por crises pessoais ou no casamento e, também, por uma suposta natureza poligâmica. As mulheres apontam o dedo na direção do parceiro. Eles não dão atenção, carinho, sexo ou romance suficientes. "Na traição, o homem sempre é culpado. É culpado quando trai, em função de sua natureza poligâmica. É culpado quando a mulher trai, em função de suas inúmeras faltas", avalia Mirian.
As mulheres também sofrem mais, quando são trocadas. Os homens não somente encaram com mais tranquilidade, como traem mais vezes a mesma mulher. Dor, ira e outras reações que a infidelidade provoca tem lá suas razões. "As pessoas querem se sentir únicas, especiais, insubstituíveis. Há o desejo de ser especial, de ser único, a pessoa que completa o parceiro em todos os níveis. A traição prova que elas não são o que fantasiam ser para o parceiro", explica Mirian.
No folhetim, Abel pode até expulsar a Norminha de casa. Mas a traição, segundo Mirian, só resulta em separação em cerca de 30% dos casos. "As mulheres são mais livres, mais independentes, exigem mais dos seus parceiros, não aceitam relações de subordinação ou casamentos insatisfatórios. O grande problema para os homens é que as mulheres cobram, entre aspas, demais. Se eles não as satisfazem, elas buscam outros para realizar seus desejos. Mas as mulheres não querem se dividir entre dois amores", avisa.
O conceito de infidelidade está no livro "Infiel, notas de uma antropóloga", no qual Mirian Goldenberg esmiuça os vários aspectos que envolvem a traição, que ela estuda há mais de duas décadas. "Primeiro, realizei pesquisas qualitativas com amantes de homens casados. Em seguida, entrevistei homens casados que têm amantes. Por fim, fiz um estudo de caso com uma mulher que é a outra, seu amante, e todos os seus familiares. A infidelidade permanece como um problema não resolvido para mim", diz Mirian.
A questão pode estar mal resolvida, mas a razão da discórdia entre os casais está na infidelidade sexual, tratada como a verdadeira infidelidade. "Apesar das inúmeras mudanças dos casamentos, a infidelidade permanece como um valor, até maior em relações mais modernas e igualitárias", analisa Mirian.
Fosse na vida real, a história da Norminha e do Abel poderia estar invertida. Homens e mulheres traem na mesma proporção, segundo Mirian. "Muitos amam e desejam seus parceiros, mas querem experimentar novas emoções e sentimentos. Não querem terminar o casamento, mas ter liberdade para viver novas experiências, em grande parte apenas passageiras", afirma a antropóloga.
Quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência. As desculpas são tão antigas quanto a traição em si. Os homens dizem que traem quando passam por crises pessoais ou no casamento e, também, por uma suposta natureza poligâmica. As mulheres apontam o dedo na direção do parceiro. Eles não dão atenção, carinho, sexo ou romance suficientes. "Na traição, o homem sempre é culpado. É culpado quando trai, em função de sua natureza poligâmica. É culpado quando a mulher trai, em função de suas inúmeras faltas", avalia Mirian.
As mulheres também sofrem mais, quando são trocadas. Os homens não somente encaram com mais tranquilidade, como traem mais vezes a mesma mulher. Dor, ira e outras reações que a infidelidade provoca tem lá suas razões. "As pessoas querem se sentir únicas, especiais, insubstituíveis. Há o desejo de ser especial, de ser único, a pessoa que completa o parceiro em todos os níveis. A traição prova que elas não são o que fantasiam ser para o parceiro", explica Mirian.
No folhetim, Abel pode até expulsar a Norminha de casa. Mas a traição, segundo Mirian, só resulta em separação em cerca de 30% dos casos. "As mulheres são mais livres, mais independentes, exigem mais dos seus parceiros, não aceitam relações de subordinação ou casamentos insatisfatórios. O grande problema para os homens é que as mulheres cobram, entre aspas, demais. Se eles não as satisfazem, elas buscam outros para realizar seus desejos. Mas as mulheres não querem se dividir entre dois amores", avisa.
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