Reconheça os sintomas e saiba como tratar a fobia social
Suores, tremores, sensações de branco, taquicardia e falta de ar. Quem sofre de fobia social conhece muito bem esses sintomas. Freqüentemente confundida com a timidez, ela é grave, e especialistas acreditam que possui origem genética. A fobia social, ao contrário da síndrome do pânico, atinge mais homens do que mulheres, diz Marcio Versiani, professor Titular de Psiquiatria, e Coordenador do Programa de Ansiedade e Depressão do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. A boa notícia é que para esses problemas, também há tratamento. Em geral, uma combinação de medicamentos e psicoterapia.
Na entrevista abaixo, Marcio Versiani explica os sintomas e tratamentos.
Maisde50 - Quais as fobias mais comuns? Existem distinções de tipo?
Versiani - Existem três tipos principais de fobias: a agorafobia, que é o medo de ficar sozinho, de lugares dos quais a pessoa não possa sair caso tenha uma crise de ansiedade (túneis, shoppings, teatro, avião, elevador, de lugares muito amplos; a fobia social, caracterizada por sintomas de ansiedade em contato com pessoas estranhas, especialmente quando o paciente tem que fazer alguma coisa na frente dos outros, como comer, segurar um copo, assinar cheques, tomar um cafezinho, digitar no computadorade"; e as fobias específicas, aquelas em que a pessoa evita o contato com determinados objetos ou situações.
Maisde50 - As fobias impossibilitam o convívio social?
Versiani - Claro, o paciente que sofre de fobia social freqüentemente tem graus muito importantes de incapacitação em diferentes áreas da vida: trabalho, convivência familiar, para não falar da vida social que se torna impossível.
Maisde50 - A partir de que idade começam a aparecer e se perceber os primeiros sinais da doença?
Versiani - A fobia social se manifesta muito cedo, na infância, e torna-se mais evidente no início da vida adulta quando os contatos com os outros ficam cada vez mais obrigatórios. Na infância é uma criança que não consegue falar na frente da turma, que evita convites para dormir na casa de amigos, que evita brincar no play-ground do prédio.
Maisde50 - Você já tratou algum paciente com mais de 40 anos com a fobia social?
Versiani - Sim, de vários. A maioria das pessoas demora a perceber que sofre do problema. Além disso, só recentemente ela passou a ser mais divulgada.
Maisde50 - É comum as pessoas confundirem a timidez com os sintomas da denominada fobia social. O termo designado para comprovar a presença de uma doença surgiu como?
Versiani - Timidez é uma "maneira de ser", uma característica de personalidade. A pessoa não gosta de contatos com estranhos, de grandes grupos, de grandes reuniões, prefere poucos amigos, círculos menores, é mais recatada, fala pouco, é mais introspectiva, mais introvertida. O tímido não sofre de sintomas e não é incapacitado pela sua maneira de ser. Há inclusive pessoas notoriamente tímidas que são atores, cantores ou músicos, e capazes de ter ótimos desempenhos na frente de grandes públicos. O tímido assina cheques na frente dos outros, realiza tarefas observado pelos outros, sem sintomas de ansiedade.
Fobia social (que agora passou a ser chamada de Transtorno de Ansiedade Social, segundo a Associação Americana de Psiquiatria) é uma doença. A pessoa sofre de sintomas físicos e mentais de ansiedade quando entra em contato com estranhos (sudorese, tremores, coração disparado, "branco na cabeça", tonteira, sensação de que vai desmaiar), principalmente quando tem que realizar algo na frente dos outros. O paciente não consegue, por causa dos sintomas de ansiedade, realizar atos simples como assinar um cheque ou levar o garfo até a boca, na presença de estranhos. Este quadro é completamente diferente da timidez. O paciente que sofre de da doença fica incapacitado, às vezes em graus extremos (um paciente nosso que não foi ao casamento da única filha). O "fóbico social" é incapaz de falar em público, mesmo para pequenos grupos.
Maisde50 - Fobia Social quer dizer que a pessoa tem sintomas físicos e mentais na hora de relacionar-se socialmente?
Versiani - O termo social não é o ideal. O que ocorre com o paciente é que ele tem sintomas físicos e mentais na presença dos outros, principalmente estranhos, em qualquer tipo de situação, não necessariamente situações sociais.
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Olá Rui
ResponderExcluirJá vi que me fez uma visita.Obrigado
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Um abraço