Mitos e verdades sobre a sexualidade na meia idade
Desejo varia com o gênero e, quando o assunto é disposição para o sexo, os homens seguem em disparada. Verdade? Tanto quanto afirmar que a libido acaba com a idade, afirmam especialistas. Contra esses e os muitos outros mitos que envolvem a sexualidade de homens e mulheres, principalmente após a meia idade, a informação ainda é um ótimo antídoto.
O urologista e terapeuta sexual Celzo Marzano, diretor dos Instituto de Urologia e Sexualidade Cedes e Isexp, explica que não há como afirmar que o homem tem mais ou menos desejo sexual do que a mulher. Segundo ele, além de variar muito de uma pessoa para outra, o homem tem uma resposta sexual diferente do sexo oposto em vários aspectos, devido ao hormônio testosterona, responsável pelo tão conhecido tesão. "Embora abundante e contínuo no homem, e em menor quantidade e só presente em poucos dias do ciclo sexual na mulher, é ele que estimula o desejo sexual tanto no sexo masculino quanto no feminino", afirma.
Marzano acrescenta que ainda estão envolvidos na questão do desejo aspectos como fantasias sexuais, sonhos, masturbação, a receptividade do companheiro, entre outros. "Algumas pessoas têm mais de uma relação sexual por dia, e outras só de vez em quando. Mais importante que tentar seguir um modelo de normal é encontrar um(a) parceiro(a) com o mesmo perfil sexual, ou o casal entrar em uma sintonia de freqüência boa para ambos", aconselha.
A motivação sexual, conforme explica Marzano, representa a vontade de comportar-se eroticamente para o parceiro, e esta varia de acordo com a cultura, a escala de valores pessoais, e depende da iniciativa e da receptividade das pessoas envolvidas naquele momento. Existem situações, no entanto, que inibem motivação sexual, e a depressão é uma delas. "Quando há sentimentos de mágoa, decepção e incompreensão, normalmente perde-se a motivação e a excitação sexual. As decepções da vida conjugal são as fortes responsáveis pela perda da motivação sexual, muito embora a pessoa frustrada possa continuar sentindo as manifestações de seu impulso sexual", destaca o urologista.
O sexólogo Arnaldo Risman, professor da Unati- Uerj, lembra que a cultura é responsável pelo mito de que o homem sente mais desejo do que a mulher. "A menina foi educada para ficar de pernas cruzadas, e os homens, de perna aberta. E, quando mulheres, continuam com as pernas fechadas", comenta.
Outro mito bastante comum é o de que o desejo sexual diminui com o passar dos anos. De acordo com Risman, a questão do desejo sexual está muito ligada, sobretudo acima dos 50 anos, a experiências anteriores. "Se o indivíduo aproveitou momentos bons na sua vida sexual, o desejo continua. Mas se viveu momentos desagradáveis, há uma diminuição", compara.
A comprovação de que o desejo sexual não morre com o tempo, Risman teve dentro de casa. Devido a um câncer, sua mãe, de 65 anos, foi submetida a uma cirurgia para retirar o intestino e tanto o ânus quanto a vagina foram fechados. Mesmo assim, ela perguntou ao filho se ela estava com algum problema por sentir desejo sexual. "Respondi a ela que não. Pelo contrário. Energia sexual é vida. O tesão é de cima para baixo, ou seja, começa na cabeça. Minha mãe sempre teve uma vida sexual saudável, então é normal ela sentir essa falta", ressalta.
Segundo Risman, é possível explorar esse desejo através da sexualidade, que se expande com o tempo. Após os 50, o coito já não é o principal. Prevalece a vontade de estar junto, o toque e o carinho. "Costumo dizer que a penetração é o fim da festa. E em uma comemoração, o melhor são os preparativos", compara.
Recebido via e-mail do site: http://www.maisde50.com.br/
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