Frugalidade e equilíbrio, as atitudes que podem garantir longevidade
O Ministério da Saúde adverte que doenças como a diabetes, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, osteoporose, câncer e derrames são as mais comuns entre a população com mais de 60 anos. E, segundo especialistas, esses males são passíveis de controle. Prevenção, equilíbrio e frugalidade são termos que estão na ordem do dia de quem entende de envelhecimento. O bom hábito faz a longevidade. E isso não é balela.
“Atualmente, para chegar aos 80, 90 anos de idade, basta estar vivo. Ou seja, há uma enorme chance de quem nasce agora, chegar aos 100 sem grande esforço. Mas para aqueles que já estão no meio do caminho, essas doenças são as mais perigosas”, explica o coordenador do Departamento de Geriatria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/Uerj), Carlos Paixão Júnior.
Quer viver uns bons anos a mais? Contenha os excessos. E comece a praticar esse mantra desde cedo. “Como medida preventiva, as atividades físicas devem começar na juventude. Essas atividades incluem exercícios aeróbicos e musculação, podendo ser do tipo moderado (ou seja, não intenso), com a regularidade de 4 a 5 vezes por semana durante 40 minutos. Além disso, ter uma alimentação variada, pobre em gorduras e rica em frutas, legumes, e peixes”, enumera Paixão.
Frugalidade à mesa. O organismo reduz suas atividades naturalmente e isso faz parte do processo de envelhecimento. Portanto, quanto mais velhos ficamos, de menos comida precisamos, explica a nutricionista e chefe do Setor de Nutrição e Dietética do HUCFF, Nara Horst. "É importante ressaltar aqui que o ideal é fracionar a alimentação em torno de cinco a seis refeições por dia. Na terceira idade, o processo de digestão torna-se mais lento e uma refeição muito volumosa pode causar desconforto. De um modo geral, a alimentação deve ser bem diversificada", diz Nara.
Controlar os fatores de risco para doenças cardiovasculares é fundamental para ter um coração saudável e, consequentemente, com mais longevidade. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, após os 55 anos, mesmo as pessoas com pressão arterial normal têm 90% de chances de desenvolver hipertensão, por exemplo. Segundo o cardiologista e Professor substituto de Cardiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Flávio Cure, as medidas preventivas não valem só a partir dos 60, mas sim para uma vida toda.
“Especificamente para o coração, manter o colesterol sob controle, lembrando que o índice normal do colesterol total deve ser menor que 200mg/dL; evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além disso, evitar o sobrepeso e o sedentarismo e manter boas horas de sono. Outro fator importante é evitar o estresse, procurar momentos de lazer e relaxamento e racionalizar os aborrecimentos, levando em conta só aquilo que for realmente necessário”, adverte o cardiologista.
Depois de seguir os conselhos médicos à risca, é hora de conferir se a saúde está em dia. Vale ressaltar que todo o acompanhamento deve ser feito por um médico capacitado, além disso, especialidades como o serviço social, a psicologia e a enfermagem podem ser de grande valia para a promoção da saúde.
“Quem não apresenta doenças crônicas deve realizar consulta médica anualmente. Além disso, se não houver riscos importantes, avaliação da pressão arterial, glicose no sangue, pele, visão, audição também devem ser feitas. Esta frequência e outros exames podem ser adicionados ou modificados, dependendo do perfil de cada pessoa, seu sexo, sua história familiar ou pregressa e suas dificuldades circunstanciais. Quanto mais velhos somos, mais complexos ficam nossos problemas potenciais”, aconselha o geriatra Carlos Paixão Júnior.
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