Duma forma geral, nos países do Primeiro Mundo as lideranças políticas forjam-se em percursos pessoais assinaláveis feitos nas universidades, nas empresas ou nas profissões liberais. Todas exibem curricula suficientes para suportar e legitimar ambições de poder. A política é, pois, a decorrência de uma vida com biografia.
Em Portugal, principalmente a partir dos anos 80, os partidos iniciaram um processo de insaciável tentacularidade que ainda hoje persiste. Assumiram estruturações organizacionais herméticas e através delas tentaram absorver as pulsões sociais e secar a cidadania. Potenciaram o “carreirismo”, servido por jovens com itinerários iniciáticos feitos nas organizações de juventude e que, por decorrência de uma militância alinhada e acrítica, se viram catapultados a Câmaras, ao Parlamento, ao Governo e ao sector empresarial do Estado.
A legitimidade brandida não radicava na formação, na competência ou na experiência de vida, mas em trajectos partidocráticos feitos de cumplicidades, de compromissos e de engajamentos. Hoje este paradigma de progressão individual na política transformou-se em estilo e em forma de vida que atravessa horizontalmente toda a denominada “classe dirigente”. Ora, com estes “bons rapazes” difícil será a reforma dos partidos e do sistema político.
Apesar de dramaticamente urgente. Mas o instinto de preservação da espécie é uma característica do mundo animal. E do mundo político também.
José Luís Seixas
Agradecimento ao site http://www.destak.pt/
Nota de 1lindomenino: ó "amigo Luís"... então e na "chamada iniciativa privada"...?! Não há, também, "carreirismo...?! A apologia do Chefe e do Grupo de que faz parte é algo que não conhece...?! Hummm...
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