A idade dos parceiros pode determinar o tempo de vida de cada um, diz estudo
Estatura, peso, situação financeira, nível intelectual, senso de humor. Na hora de escolher um parceiro, muitas características são levadas em conta. À já quase infindável lista de exigências e afinidades, um estudo alemão acaba de acrescentar mais um item. De acordo com pesquisadores, a idade conta, principalmente, para as mulheres: casar com parceiros mais jovens ou mais velhos pode determinar o tempo de vida que elas terão. Já a realidade no Brasil é outra, diz sexóloga.
A pesquisa realizada pelo Instituto Max Planck, na Alemanha, e publicada revista científica "Demography", analisou mais de dois milhões de casais dinamarqueses e concluiu que o risco de morte de uma mulher casada com um parceiro entre sete e nove anos mais jovem aumenta 20%. Se o parceiro for entre sete e nove anos mais velho, esse risco cai para 10%. A regra para os homens é oposta. Aqueles que casam com parceiras mais jovens teriam redução de 11% nas chances de mortalidade precoce.
Os efeitos do estudo podem não ser os mesmos no Brasil. Para a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, a ideia de que o homem, necessariamente, deve ser mais velho que a mulher é coisa do passado. “Houve um período na História em que as mulheres casavam muito novas, mas por uma questão de necessidade. O papel de reprodutora era muito importante, uma vez que os filhos ajudavam o pai no trabalho. E de lá pra cá, essa história só se repete, ninguém questiona o assunto. Entretanto, esse cenário vem mudando cada vez mais, estamos vivendo um importante processo de transformação na mentalidade das pessoas”, afirma.
Apesar de ainda desconhecidas, os pesquisadores alemães têm algumas hipóteses paras as diferenças de mortalidade em razão das diferenças de idade entre parceiros. Uma delas é a de que, tanto homens quanto mulheres, escolhem parceiros mais jovens porque são mais saudáveis e com uma maior expectativa de vida. Além disso, ter um parceiro mais jovem pode ser útil nos cuidados durante a velhice.
Regina Navarro discorda. “O ideal de felizes para sempre não existe. E o número de divórcios cada vez maior só comprova isso, inclusive entre pessoas com mais de 60 anos. Casar com alguém mais novo pensando no futuro, para que essa pessoa cuide de você mais para frente, é pura bobagem. Com a expectativa de vida aumentando, as pessoas mais velhas querem mais é curtir a vida, viajar e, por que não, fazer mais sexo. A reposição hormonal e o Viagra têm possibilitado isso para a população idosa”, opina.
Ainda existe preconceito, claro, mas muito menos do que antes, defende Regina. "Algumas mulheres sentem vergonha, se culpam por estarem envolvidas com parceiros mais jovens. Já os homens, pelo contrário, acham o máximo. Mas acredito que, aos poucos, as mulheres vão acabar com esse medo, daqui há 10, 20 anos as relações serão muito mais modernas. Estamos vivendo um momento em que a fronteira entre os sexos está sumindo, e com isso surgirá uma sociedade de parceria entre homens e mulheres”, diz. E ponto.
Por Maria Fernanda Schardong
Recebido via e-mail do site: http://www.maisde50.com.br/
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