Não era dado a reclamar. Calado de um jeito que incomodava.
Jeito de quem não faz questão, de quem não dá assunto, de quem não liga...
Mas ligava!
Dentro de si, remoia as incertezas que fazem sofrer todo e qualquer um, só que nele bem mais, pois calava.
No portão, foi atendido com o sorriso costumeiro. Ela, mal ele entrou, já pulou em seu pescoço munida de beijos e palavras de carinho...
Silêncio.
Foi surpreendida com um pesar diferente.
Sabia que ele não era de algazarra, consignado no seu mundo à parte, porém, naquele momento pareceu-lhe mais denso do que o de costume.
O abraço que ele lhe deu, envolveu-a como polvo, chamando-a para o contato com seu corpo e buscando um encaixe perfeito.
Ela cedeu ao abraço de polvo e retribuiu.
Silêncio.
Agitada que era sentiu-se incomodada com a inércia absoluta e, querendo um próximo passo, uma outra ação, sussurrou te amo.
Ele continuou mudo em seu abraço.
Ela mudou de tática. Correu os braços pelas costas largas buscando, quem sabe, uma excitação que os levariam ao escorregar pelo corredor, tropeçar nos móveis da sala e cair pelo quarto numa loucura...
Não aconteceu.
O abraço continuou firme, quente e estático. Não era um abraço morto, dava para sentir os sentimentos, as emoções...
Mas era parado e ela cansava.
Sem movimentos bruscos, nem palavras explicativas. Nenhuma manifestação externa. Só o abraço.
Já incomodada, ensaiou dizer algo, mas foi interrompida com um carinhoso e longo psssssssiuuuu.
Não havia o que fazer. Restava esperar pela eternidade daquele ato. Vencida, ante o colosso da situação, acolheu melhor a cabeça no ombro daquela parede acolchoada e descansou os braços que já doíam.
De repente, pode ouvir o coração de seu parceiro. Batia forte.
Teve uma sensação de paz e segurança no ritmo daquele bumbo. Gostou do que sentiu e começou a sentir mais do que sentia antes. Tornou-se parte daquele momento, daquele carinho, daquele corpo...
Silêncio.
Mas o que seria aquele abraço?
Carência, perdão, despedida ou uma outra coisa?
Se fosse outra coisa...
A garganta secou, o rosto começou a queimar e os olhos se afundaram no peito dele.
Começou a chorar compungida. Teve medo de soltar-se do abraço e não mais poder abraçar. Pensou em pedir desculpas, ajoelhar-se no chão, dizer que não era aquilo, mas faltava-lhe voz. Apertou o abraço.
Ele retribuiu.
Passa o tempo e a voz grave dele ecoou te amo.
Ela aliviou-se.
Ficou menos tensa, mas chorava. Sorriu e entre soluços disse também te amo amor.
Não era aquilo.
Ele folgou o abraço, se olharam.
Ele balbuciou que queria dizer...
Parou e a abraçou-a de novo. Ela já não retribuiu do mesmo jeito. Agora se perguntava o que houve.
Silêncio.
Jeito de quem não faz questão, de quem não dá assunto, de quem não liga...
Mas ligava!
Dentro de si, remoia as incertezas que fazem sofrer todo e qualquer um, só que nele bem mais, pois calava.
No portão, foi atendido com o sorriso costumeiro. Ela, mal ele entrou, já pulou em seu pescoço munida de beijos e palavras de carinho...
Silêncio.
Foi surpreendida com um pesar diferente.
Sabia que ele não era de algazarra, consignado no seu mundo à parte, porém, naquele momento pareceu-lhe mais denso do que o de costume.
O abraço que ele lhe deu, envolveu-a como polvo, chamando-a para o contato com seu corpo e buscando um encaixe perfeito.
Ela cedeu ao abraço de polvo e retribuiu.
Silêncio.
Agitada que era sentiu-se incomodada com a inércia absoluta e, querendo um próximo passo, uma outra ação, sussurrou te amo.
Ele continuou mudo em seu abraço.
Ela mudou de tática. Correu os braços pelas costas largas buscando, quem sabe, uma excitação que os levariam ao escorregar pelo corredor, tropeçar nos móveis da sala e cair pelo quarto numa loucura...
Não aconteceu.
O abraço continuou firme, quente e estático. Não era um abraço morto, dava para sentir os sentimentos, as emoções...
Mas era parado e ela cansava.
Sem movimentos bruscos, nem palavras explicativas. Nenhuma manifestação externa. Só o abraço.
Já incomodada, ensaiou dizer algo, mas foi interrompida com um carinhoso e longo psssssssiuuuu.
Não havia o que fazer. Restava esperar pela eternidade daquele ato. Vencida, ante o colosso da situação, acolheu melhor a cabeça no ombro daquela parede acolchoada e descansou os braços que já doíam.
De repente, pode ouvir o coração de seu parceiro. Batia forte.
Teve uma sensação de paz e segurança no ritmo daquele bumbo. Gostou do que sentiu e começou a sentir mais do que sentia antes. Tornou-se parte daquele momento, daquele carinho, daquele corpo...
Silêncio.
Mas o que seria aquele abraço?
Carência, perdão, despedida ou uma outra coisa?
Se fosse outra coisa...
A garganta secou, o rosto começou a queimar e os olhos se afundaram no peito dele.
Começou a chorar compungida. Teve medo de soltar-se do abraço e não mais poder abraçar. Pensou em pedir desculpas, ajoelhar-se no chão, dizer que não era aquilo, mas faltava-lhe voz. Apertou o abraço.
Ele retribuiu.
Passa o tempo e a voz grave dele ecoou te amo.
Ela aliviou-se.
Ficou menos tensa, mas chorava. Sorriu e entre soluços disse também te amo amor.
Não era aquilo.
Ele folgou o abraço, se olharam.
Ele balbuciou que queria dizer...
Parou e a abraçou-a de novo. Ela já não retribuiu do mesmo jeito. Agora se perguntava o que houve.
Silêncio.
Helton Fesan
Fonte: releituras.com
Fonte: releituras.com
Posted by 1lindomenino Dated31may2011
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