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Cavaco corrige «erro histórico» no 10 de Junho
Presidente homenageia Salgueiro Maia 20 anos depois de lhe ter recusado uma pensão vitalícia
O Presidente da República homenageou esta quarta-feira, em Santarém, Salgueiro Maia e «corrigiu» aquilo que várias personalidades da política e da sociedade consideram um «erro histórico».
Cavaco Silva que, enquanto primeiro-ministro, recusou há cerca de 20 anos uma pensão vitalícia ao capitão de Abril, «por serviços excepcionais e relevantes», aproveitou a celebração do 10 de Junho, em Santarém, para o homenagear.
O Presidente depositou uma coroa de flores junto ao monumento ao oficial de cavalaria, responsável pela rendição de Marcelo Caetano no quartel do Carmo, a 25 de Abril de 1974.
Há 20 anos, o gesto do então chefe do Governo provocou grandes protestos, tendo em conta que na altura foi concedida idêntica pensão a dois inspectores da extinta PIDE/DGS.
Esta manhã, em Santarém, o Chefe de Estado destacou o papel da «Escola Prática de Cavalaria e do jovem militar Salgueiro Maia que, em Abril de 1974, daqui saiu e marchou para Lisboa em nome dos ideais da democracia».
No mesmo discurso, Cavaco Silva enalteceu o papel dos militares que «em situações de grande dificuldade souberam sempre interpretar o sentimento do povo».
O Presidente da República sublinhou a importância das leis da Defesa Nacional e das Forças Armadas, recentemente aprovadas, que, na sua opinião, se complementam entre si e contribuem para uma maior eficácia e permitem a economia de meios.
Dirigindo-se aos militares e às intervenções em conflitos internacionais, no âmbito da ONU e da NATO, o Presidente advertiu: «Devemos continuar a honrar os compromissos com estas organizações». Ao mesmo tempo, expressou «o público reconhecimento às Forças Armadas pelo apoio às populações, salvando vidas».
Vasco Lourenço critica «homenagem à força»
O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, considera que a «sensação que fica é a de que (Salgueiro Maia) é homenageado à força».
«Em vida trataram-no muito mal e agora está a homenagear. E como o 10 de Junho é em Santarém era difícil não o homenagearem dado que ele é uma figura cimeira de Santarém», refere, em declarações à «TSF», o militar de Abril.
Vasco Lourenço desvaloriza a presente homenagem: «Há erros que se cometem e que não podem ser corrigidos» e lamenta não ter sido convidado para a cerimónia desta manhã: «Não fui convidado ou informado. É o país e os responsáveis políticos que temos, portanto é tudo natural», concluiu.
Agradecimentos ao Site: http://www.tvi24.iol.pt/
Nota de 1lindo menino: cá pra mim, assinalo alguns "equívocos" nesta homenagem. Assim:
- o Presidente, como todos nós simples mortais, tem todo o DIREITO de, mesmo passado algum tempo - e como bom CRISTÃO que é - de fazer o "mea-culpa"ou não tem?!;
- se está verdadeiramente "arrependido" é que vamos continuar sem saber "ad-eternum" seculare seculorum, amén, não acham?!;
- o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, embora dizendo "algumas verdades" (muitas... se quiserem...), parece mais "ressabiado" com o facto de não ter sido convidado para a cerimónia do que pelo "branqueamento do FACTO" ou não?!;
-uma dúvida me assalta: a familia do Salgueiro Maia já está - pelo menos - monetáriamente equiparada às familias dos "tadinhos" dos PIDES...?!!?!..
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